Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
1Ó homem, qualquer que sejas, tu que julgas, não tens desculpa; pois, julgando os outros, te condenas a ti mesmo, já que fazes as mesmas coisas, tu que julgas.
2Ora, sabemos que o julgamento de Deus se exerce segundo a verdade contra os que praticam tais coisas. 3Ó homem, tu que julgas os que praticam tais coisas e, no entanto, as fazes também tu, pensas que escaparás ao julgamento de Deus? 4Ou será que desprezas as riquezas de sua bondade, de sua tolerância, de sua longanimidade, não entendendo que a benignidade de Deus é um insistente convite para te converteres?
5Por causa de teu endurecimento no mal e por teu coração impenitente, estás acumulando ira para ti mesmo, no dia da ira, quando se revelará o justo juízo de Deus.
6Deus retribuirá a cada um segundo as suas obras. 7Para aqueles que, perseverando na prática do bem, buscam a glória, a honra e a incorruptibilidade, Deus dará a vida eterna; 8porém, para os que, por espírito de rebeldia, desobedecem à verdade e se submetem à iniquidade, estão reservadas ira e indignação.
9Tribulação e angústia para toda pessoa que faz o mal, primeiro para o judeu, mas também para o grego;10glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, primeiro para o judeu, mas também para o grego;11pois Deus não faz distinção de pessoas.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Responsório (Sl 61).
— Senhor, pagais a cada um, conforme suas obras.
— Senhor, pagais a cada um, conforme suas obras.
— Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a salvação! Só ele é meu rochedo e salvação, a fortaleza, onde encontro segurança!
— Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a salvação! Só ele é meu rochedo e salvação, a fortaleza, onde encontro segurança!
— Povo todo, esperai sempre no Senhor, e abri diante dele o coração: nosso Deus é um refúgio para nós!
Evangelho (Lc 11,42-46).
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse o Senhor: 42“Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo. 43Ai de vós, fariseus, porque gostais do lugar de honra nas sinagogas, e de serdes cumprimentados nas praças públicas. 44Ai de vós, porque sois como túmulos que não se veem, sobre os quais os homens andam sem saber”.
45Um mestre da Lei tomou a palavra e disse: “Mestre, falando assim, insulta-nos também a nós!” 46Jesus respondeu: “Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Sejamos misericordiosos com a dor do próximo.
Sejamos mais condescendentes com aquilo que o outro está vivendo, sejamos mais misericordiosos com a dor do outro.
“Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo.” (Lucas 11, 46).
O mestre da Lei está incomodado com aquilo que Jesus está dirigindo aos fariseus, condenando as práticas, as atitudes, que aquele grupo se acostumou a fazer. Vivem de práticas exteriores, mas, no fundo, o coração está cheio de corrupção.
O mestre da Lei incomodado disse: “Mestre, falando assim, insulta-nos também a nós!” (Lucas 11, 45). Mas, Jesus também não se faz de comedido: “Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo.” (Lucas 11, 46)
Sabe, meus irmãos, muitas vezes, queremos cobrar, exigir dos outros, queremos que os outros façam isso ou aquilo que, no fundo, nem nós mesmos estamos vivendo ou fazendo.
Nós queremos que os outros nos perdoem, mas, perdoamos só quando queremos. Queremos que os outros tenham paciência conosco, mas, a nossa paciência com o outro é limitada, só vai até onde queremos ter paciência. Queremos que Deus tenha misericórdia dos nossos pecados e assim por diante, mas, somos muito duros com os pecados, com as fraquezas e fragilidades dos outros. Nós queremos que, muitas vezes, as pessoas vivam situações na vida que nós no lugar delas não daríamos conta de viver, de forma nenhuma.
Nós não podemos tornar a carga de ninguém pesada, não podemos fazer com que o fardo do outro seja insuportável.Aprenda a se colocar no lugar do outro, aprenda a olhar o outro com o olhar da misericórdia de Deus. Falar, julgar, analisar, pregar é até fácil de se fazer, dependendo das situações. Agora, viver o que o outro está vivendo é uma outra realidade.
Sejamos mais condescendentes com aquilo que o outro está vivendo, sejamos mais misericordiosos com a dor do outro. Cada um de nós passa por momentos difíceis na vida, por aflições. E como desejamos ser compreendidos, ser acolhidos; como desejamos que tenham paciência conosco!
Assim, como desejamos ser tratados, tratemos também o outro naquilo que ele vive, e mais do que isso, não julguemos o outro com os nossos critérios, com o nosso olhar – ‘Ah, porque eu faria isso!’– olhe para aquilo que o outro passou, olhe para a história dele, que você nem conhece. Você veria com outros olhos e teria outra opinião!
Deus não nos impõe fardos, Ele nos ajuda a carregá-los! Não coloquemos fardos pesados no jugo do outro, mas ajudemos cada um a carregar o seu fardo de cada dia!
Deus abençoe você!
SANTO DO DIA:
São Calisto I - um dos Príncipes da Fé.
Até o seu martírio defendeu a Misericórdia de Deus, que se expressa pela Igreja, que perdoa os pecados dos que cumprem as condições de penitência
Os Papas da Igreja são por excelência os Príncipes do Cristianismo, e hoje lembramos um dos Príncipes da Fé que mais se destacou entre os primeiros Papas: São Calisto I.
Filho de uma humilde família romana, nasceu em 160. Administrador dos negócios de um comerciante, Calisto passou por grandes dificuldades, pois algo saiu de errado no trabalho, chegando a ser flagelado e deportado para a ilha da Sardenha, onde como condenação enfrentou trabalhos forçados nas minas, juntamente com cristãos condenados por motivos de fé.
Sem dúvida, com a convivência com os cristãos que enfrentavam o martírio, pois o Cristianismo era considerado religião ilegal, Calisto decidiu seguir a Jesus. Mais tarde muitos cristãos foram resgatados do exílio e a comunidade cristã o libertou.
O Santo de hoje colaborou com o Papa Vítor e depois como diácono ajudou o Papa Zeferino em Roma, pois assumiu, com muita sabedoria, a administração das catacumbas, na Via Ápia, que eram aqueles cemitérios cristãos, que se encontravam no subsolo por motivos de segurança, e também serviam para celebrações litúrgicas, além de guardar para a ressurreição os corpos dos mártires e dos primeiros Papas.
Com a morte do Papa Zeferino, o Clero e o povo elegeram Calisto como o sucessor deste, apesar de sua origem escrava. Foi perseguido, caluniado e morreu mártir, quando acabou condenado ao exílio. Segundo a tradição mais segura, morreu numa revolta popular contra os cristãos e foi lançado a um poço.
Durante os seis anos de pastoreio zeloso e santo, São Calisto I condenou a doutrina que se posicionava contra a Santíssima Trindade. Até o seu martírio defendeu a Misericórdia de Deus, que se expressa pela Igreja, que perdoa os pecados dos que cumprem as condições de penitência, assim, combatia Calisto os rigoristas que condenavam os apóstatas adúlteros e homicidas.
São Calisto I, rogai por nós!
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